domingo, 21 de março de 2010

Privacidade no celular


Todo mundo que tem celular já passou por momentos desagradáveis, onde a sua privacidade ao falar no aparelhinho foi motivo de curiosidade de alguma pessoa próxima que - sem ter nada a ver com o seu papo, sem mesmo ser sua mulher, seu filho, seu parente, conhecido ou até mesmo um cobrador - o deixou constrangido. Pois, com o seu olhar perscrutante e orelhas em pé, o filho-da-puta ou a filha-daputa o intimidava a que falasse mais baixo, ou obrigando-o a se voltar para outra direção, ou a fazer um tampão com a outra mão, se esta estivesse livre, para esconder o celular e a sua própria boca para que o som da sua fala não escapulisse daquela redoma idiota ou para que o excomunguento do bico-de-luz (sapo) não observasse seus movimentos labiais. Ter, enfim, de saçaricar para que o bisbilhoteiro nada captasse do seu momento pessoal e que aquele tererê não se transformasse em motivo de constrangimento pessoal ou até de um trauma íntimo futuro que poderia redundar em motivo de suicídio. Éééé, tá pensano o quê?

Hoje em dia, se você mora em Londres, uma situação como essa poderá nunca mais lhe aporrinhar, porque a companhia telefônica de lá coloca à disposição de seus assinantes, em regime de aluguel (a cobrança vem na fatura mensal do celular) uma revolucionária, extraordinária e até então inconcebível cabine pessoal, indicada para pessoas que não desgrudam de seu aparelhinho. Dá só uma olhadinha nela!


Como ela é feita de alumínio e acrílico, é extremamente leve e você a encontra disponível de acordo com a largura do seu ombro, possibilitando, entre outras coisas, que você ande por calçadas e atravesse porta de trens – metrô incluído, e ônibus e vans.

Existem modelos mais caros do que o mostrado na imagem, porque são mais sofisticados, oferecidos com opcionais que são instalados de acordo com as suas necessidades, como vidros fumê, limpador de para-brisas manual, suporte (interno) para uma garrafinha de água mineral de 300 ml e respectivo isopor com tampa (a garrafinha com o seu conteúdo, que pode ser até de bebida alcoólica, não faz parte do fornecimento, já que você pode adquiri-la em qualquer esquina e enchê-la com o que quiser).

Já pensou – você - participando de uma reunião na sua empresa, usando a sua cabine particular e falando abertamente pro seu interlocutor “O meu chefe é um boçal e todo mundo que está reunido aqui não passa de um bando de puxa-sacos... Na verdade, um bando de cornos... Um amontoado de merda... De incompetentes...”.

Conheço uma serralheria em Resende que tem todo o maquinário e competência para construir réplicas da Cell Phone Booth – chamemo-la assim, pra dar aquele tchan quando nos referirmos a ela – e que pode, inclusive, mandar pintar as partes em alumínio da cor que você quiser.

Já pensou – você, outra vez – passeando pelo calçadão do Campos Elíseos, no shopping, na rodoviária velha, no Mercado Popular ou pelas calçadas no Manejo, carregando soberbo a sua cabine pessoal, com o celular coladinho no seu ouvido e tomando um gole de água mineral de Passa Quatro ou uma dose de Capelinha. E se estiver no calçadão ou numa das calçadas do Manejo, ou de qualquer outro bairro de Resende, sob um toró du car..., digo, sob um toró do cacete... E o para-brisa da sua cabine funcionando impecavelmente... Zip, Zip, Zip, na cadência da queda dos pingos da chuva...

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- Fonte: do blog Joe-ks.com (link).

- I bibida prus músicus!

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