sexta-feira, 4 de maio de 2007

Q u a s e

Na vida nada acontece por acaso. O que você faz hoje, pode fazer a diferença em sua vida.
Luiz Fernando Veríssimo
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga; quem quase passou ainda estuda; quem quase morreu está vivo; quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que perdemos por medo, nas idéias que nunca sairam do papel - por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. Ou melhor, não me pergunto, testo! A resposta eu sei de cor: está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom Dia" quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até de ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, para sentir o nada. Mas, não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance para as coisas que não podem ser mudadas; resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão; para os fracassos, chances; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!
I bibida prus músicus!

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